quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mercado de luxo carioca em crescimento

O mercado de luxo no Brasil, e principalmente no Rio de Janeiro, cresce visivelmente. Em uma hora, no segundo andar do Shopping Leblon – o maior shopping da zona sul da cidade, onde estão as quatro grandes lojas de luxo, o fluxo de clientes foi intenso. Foram cerca de vinte e cinco vendas o que, segundo um dos gerentes, é um número bastante alto.
O crescimento desse mercado no Brasil vem acontecendo desde o ano passado. E, ao que tudo indica, esse ano será melhor ainda. O setor, que faturou US$ 6,23 bilhões em 2009 - crescimento de 4% (dólar) e 12% (real) em relação ao ano anterior - deve ampliar seu faturamento em 22%, alcançando o montante de US$ 7,59 bilhões em faturamento. É o que aponta o estudo O mercado do luxo no Brasil, iniciativa conjunta da MCF Consultoria & Conhecimento e GfK Brasil.
A pesquisa avalia o desempenho do setor no Brasil e mensura as expectativas de investimento na área. A análise foi realizada entre janeiro e maio de 2010, considerando uma mostra de 283 empresas que atuam no segmento de luxo no país. O estudo também contemplou o consumidor deste estilo de vida e mapeou as preferências e os gostos de 344 consumidores no país.
Desde 2009 os investimentos nesse mercado têm crescido. Em 2008 foram US$ 950 milhões, saltando para US$1,24 bilhão no ano passado. Para 2010, a previsão é que se mantenha a mesma do ano anterior. Segundo a pesquisar, o mercado de luxo se mostra muito otimista com a previsão do crescimento acentuado no faturamento.
O Brasil está entre os dez maiores mercados do mundo em artigos de luxo. Nas Américas, fica atrás apenas dos Estados Unidos.
O mercado de luxo é dominado pelas mulheres, 63% dos consumidores são do sexo feminino, não à toa, foram elas as responsáveis pelas respostas mais esclarecedoras da entrevista.
Os verdadeiros motivos do exacerbado consumo de produtos de luxo são desejo, conquista e poder. Segundo a empresária Maria Alice, de 40 anos, não importa o valor do produto, contanto que a qualidade seja garantida. “Sempre compro Chanel, porque sei que o rímel é o melhor do mercado, além de ter a certeza de que estou comprando uma marca mundialmente conhecida”. Pois é, hoje em dia, além de ter a comprovação da excelência do produto, outro fator importante é o nome da marca. A vendedora da loja Chanel no Shopping Leblon explica que a marca por si só já vende. “A Chanel não dita moda, ela é um estilo de vida. Ter um produto nosso, é como ter uma joia”.
Já a mulher de empresário, Joana Gonçalves, de 30 anos, explica que comprar algo de luxo, para ela, é uma necessidade. “Em todo meu aniversário de casamento, meu marido me dá uma joia da H.Stern”.
O vendedor Alexandre Saboia trabalha no ramo de joias em lojas de luxo há quatro anos. Para ele, esse setor continua crescente, mas com alguns sobressaltos. “Apesar da concorrência, as vendas da H.Stern continuam crescendo, porque a marca é top de linha. Tem tradição e credibilidade e, por isso, está no mercado há 65 anos”. Mas, Alexandre aponta outro problema desse mercado, principalmente de joalheria. Segundo o vendedor, hoje em dia, as pessoas não compram mais tantas joias por causa dos assaltos. “Não existe mais a vida social de antes, as mulheres, principalmente, não saem tanto para exibir seus novos anéis, brincos e colares”.
Os homens também são grandes consumidores desse mercado. Duas famosas marcas italianas desse setor, voltadas para o público masculino, Salvatore Ferragamo e Ermenegildo Zegna. Ambas possuem lojas em São Paulo e Rio de Janeiro. É a primeira vez que Marcelo Almeida, de 28 anos, compra um terno na grife Ermenegildo Zegna. Segundo o jovem, a marca tem história e o preço vale a pena por causa da qualidade. “Nunca tive um terno dessa loja, mas sempre ouvi falar bem, agora tenho a oportunidade de conferir, apesar de ter que parcelar muitas vezes”, confessa o rapaz. Para a gerente da loja no Shopping Leblon, Patrícia Melo, a Ermenegildo é uma das grifes mais caras do mundo. “Nós oferecemos produtos de alta qualidade e tecnologia”, garante.
O consenso entre todos os funcionários do mercado de luxo entrevistados foi o público alvo. Quem consome os produtos de grifes, independente de homem ou mulher, são principalmente, da classe AA. Além disso, a maioria dos compradores é da própria cidade, no caso, Rio de Janeiro, apesar de ter muitos turistas brasileiros. Os estrangeiros não costumam comprar, pois eles encontram os mesmos produtos por preços melhores em seus países.


Novidade francesa
A loja da Chanel, aberta em março desse ano no Shopping Leblon, é a única da grife no Brasil. Mas, as novidades não param por aí. A francesa Sephora, conhecida pelos melhores cosméticos, perfumes, produtos para o cabelo e maquiagem do mercado de luxo, chega ao país. Primeiro, a marca abrirá uma loja online, onde os fãs e consumidores poderão encomendar os produtos. Depois, será aberta uma loja física, ainda sem local determinado.

8 comentários:

  1. O problema é que a diferença entre comprar uma coisa aqui e lá fora ainda é muito grande!!! Eu prefiro esperar uma amiga viajar e pedir um rimel poderoso e pagar uns 60,00 reais do que dar 300,00 no da loja daqui! Mas quem pode pode né. Espero que a Sephora não venha com dierenças muito altas tb pois lá tem coisas boas e acessíveis!

    Priscilla Garcez

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  2. Não pude deixar de notar: " A mulher de empresário, Joana..." a criatura num é nada além disso? Sei lá: dona de casa, socialite, estudante... G-Jús!KKKKK...

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  3. Muito legal ter essas lojas aqui no Rio e ver que, aos poucos, a cidade vai reconquistando o posto de cidade do mundo, como NY e Paris, com seu modo de viver, sua flexibilidade, diversidade, sua alegria!
    Melhor ainda seria termos também os Outlets!
    Fernanda, pesquise aí se existem planos de termos Outlets no Rio (Vargem Grande/Pequena, na Dutra, no caminho da Região dos Lagos, etc).
    Beijos!

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  4. Foram 25 vedas no andar todo, mas em quanto tempo? Não é pouco?
    Bem, eu achava que as classes C e D são as que mais vendem, assim como os shoppings voltados para esse público.
    O poder de consumo do brasileiro cresceu. Com crédito de sobra, todo mundo tem uma bolsa Louis Vuitton hoje em dia.

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  5. Brasileiro sempre foi consumista! Dê dinheiro que o povo gasta, não importa a classe social!!

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  6. Foram 25 vendas só nas lojas de luxo, que por coincidencia ou nao, estão no mesmo andar.

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  7. Também não pude deixar de reparar no mulher de empresário! hahahahah
    Enfim, trabalhei por dois anos na H.Stern e também já trabalhei no Fashion Mall, um dos shoppings mais caros do Rio. Portanto sei bem como esse mundo funciona.
    Gostei bastante do vídeo, a matéria foi muito bem realizada!

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  8. Interessante a matéria! Moro na Barra e há alguns anos não me despenco para ir até o Shopping Leblon. Não fazia ideia que tinha uma Chanel lá!

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